Do CEBDS
Em agenda promovida ontem (11), em Brasília, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e a coalizão global We Mean Business Coalition (WMBC) se reuniram com a Diretora Executiva da COP30 e Secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni. O objetivo do encontro foi a entrega e o debate do documento "Como a Próxima NDC do Brasil Pode Impulsionar o Investimento do Setor Privado em Ações Climáticas", desenvolvido por especialistas das duas organizações.
Durante a COP29, no Azerbaijão, o Brasil se tornou o segundo país a apresentar sua nova NDC e se comprometeu a reduzir suas emissões entre 59% e 67% até 2035, em comparação às emissões de 2005. Baseado neste compromisso, o CEBDS e o WMBC criaram algumas recomendações estratégicas para que o setor privado participe do processo de implementação da NDC em todo seu potencial. Entre estas recomendações, destacam-se: Harmonização de políticas setoriais para facilitar investimentos privados na descarbonização; Incentivos à transição corporativa, fortalecendo a competitividade das empresas em um mercado global sustentável; E ampliação do diálogo entre setor público e privado, garantindo transparência e previsibilidade regulatória.
"Anfitrião da COP30, o Brasil reforça sua liderança climática global e pode converter suas metas em ações concretas, impulsionando investimentos e um modelo sustentável de desenvolvimento. Com uma NDC mais ambiciosa, o engajamento empresarial será decisivo para viabilizar inovação, energia limpa e a descarbonização da economia", afirmou Marina Grossi, presidente do CEBDS.
Neste sentido, o documento entregue hoje pelo CEBDS e WMBC a Ana Toni ainda indica setores-chaves da economia para a implementação da NDC, como: Mudança do Uso da Terra, promovendo o combate ao desmatamento e a promoção de soluções baseadas na natureza; Agropecuária, responsável por 28% das emissões nacionais, e que pode se tornar mais sustentável por meio da ampliação de práticas agrícolas regenerativas; Energia e Transporte, com 85% da matriz elétrica brasileira já baseada em fontes renováveis, o Brasil tem potencial para liderar a transição energética global; e indústria, que deve adotar tecnologias de baixa emissão, como captura de carbono e eletrificação de processos.
“O Brasil tem uma oportunidade única de mostrar ao mundo que ações climáticas ambiciosas e crescimento econômico podem andar de mãos dadas. Ao alinhar estruturas políticas claras com mecanismos de financiamento inovadores e um forte envolvimento do setor privado, o Brasil pode se posicionar como um líder global na transição para uma economia de baixo carbono.
O país tem os recursos, a tecnologia e o potencial de investimento para demonstrar como as economias emergentes podem se descarbonizar e, ao mesmo tempo, impulsionar a competitividade industrial, a segurança energética e novas oportunidades de mercado. Agora é o momento de ar das metas para a implementação e transformar a ambição em progresso econômico e ambiental tangível”, destacou Maria Mendiluce, CEO da We Mean Business Coalition.
O CEBDS tem promovido diversas frentes de advocacy para tornar realidade a nova NDC brasileira, bem como para fortalecer a posição estratégica do setor empresarial para a sua implementação. Desde o lançamento do "Chamado à Ação do Setor Empresarial Brasileiro Rumo a uma NDC Ambiciosa e Implementável", promovido na Climate Week NYC 2024 pelo CEBDS e WMBC, e apoiado por 55 grandes empresas brasileiras, temos promovido encontros com representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com o objetivo de fortalecer a colaboração entre os setores público e privado para esta iniciativa.
"A cooperação entre atores governamentais e o setor privado, facilitada pelo CEBDS, é essencial para a implementação de estratégias eficazes de mitigação das mudanças climáticas. Toda essa estrutura de governança, permite unir as políticas públicas à inovação sustentável de entidades privadas para um futuro de baixo carbono", finalizou Henrique Paiva, Secretário Executivo da Siemens, que também esteve no evento.
*Sobre o CEBDS*
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) é uma associação civil sem fins lucrativos que promove, desde 1997, o desenvolvimento sustentável no Brasil, por meio da articulação junto aos governos e à sociedade civil, além de divulgar os conceitos e práticas mais atuais do tema. Voz do setor empresarial, o CEBDS reúne mais de 110 dos maiores grupos empresariais do país, além de ser o representante brasileiro do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), que está presente em 36 países e conta com 200 empresas associadas no mundo.
*Sobre o WMBC*
O We Mean Business Coalition trabalha com as empresas mais influentes do mundo para agir contra as mudanças climáticas. A Coalizão é composta por sete organizações sem fins lucrativos: BSR, CDP, Ceres, Climate Group, CLG Europe, The B Team e WBCSD. Juntas, impulsionamos ações empresariais e políticas para reduzir as emissões pela metade até 2030 e acelerar uma transição inclusiva para uma economia neutra em carbono.