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PLURALE EM REVISTA, EDIÇÃO 82 - Tecnologia e transumanismo 183d64

Do Colunista LUIZ ANTÔNIO GAULIA
Imagine ser totalmente resistente a doenças e nunca mais envelhecer - e tornar-se eternamente jovem e forte. Imagine nunca mais se sentir cansado, ter sempre vigor físico e motivação mental
absoluta, mesmo diante das maiores dificuldades. Imagine ter uma capacidade intelectual à altura dos mais geniais pensadores - e um estado de consciência que permita níveis de memória, percepção e atenção, bem como de fruição do prazer e da potencialidade de criação artística que jamais existiu em toda história humana! Imaginou?

Pare de imaginar e conheça o novo mundo do transumanismo, ou do pós-humano: a realidade fantástica e quase mágica que une nanotecnologia, biocibernética e inteligência artificial para a melhoria ilimitada da condição humana. Uma nova fronteira vertiginosa, na qual o conhecimento técnico-científico oferece o definitivo aprimoramento e o redesenho do organismo humano.

cerebral, interfaces neurais, engenharia genética, dispositivos eletrônicos vestíveis, plásticos e subcutâneos, microcomputadores e chips líquidos circulando nas veias e artérias - assim como mecanismos robóticos instalados no corpo físico, como membros originais. Transumanismo se refere à existência de seres mais... perfeitos! E que poderão conquistar vida nova, além do planeta Terra. Ficção, realidade ou mitologia?

Se para o Ícaro, mito grego, o céu era o limite, para o pós-humano o espaço é a fronteira final. Vale lembrar que o personagem mitológico queimou suas asas postiças quando chegou perto demais do Sol, cego diante de seu próprio sucesso tecnológico.

ESG e o transumanismo:

precisamos falar sobre inserir a letra T no ESG. Ou não?

Ao olhar para as empresas envolvidas no desenvolvimento desta jornada pós-humanos, vou usar os princípios ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance) como base para uma rápida análise. Sejam essas empresas privadas, criadas por empreendedores ou estatais, controladas por políticos, a primeira questão é a da Governança.

Qual o nível de transparência e de comprometimento ético com dados de pesquisa, privacidade, modelos de regulação e códigos de conduta para um universo tão amplo de utilização e tão arriscado para a vida humana? Existem riscos similares à antiga eugenia, cujos resultados trouxeram horror e dor para populações inteiras?

Na questão Social. O transumanismo pode gerar disparidades socioeconômicas profundas, uma vez que este patamar de complexidade científica seria ível somente para nações ou grupos empresariais com disponibilidade volumosa de finanças. Quais serão as garantias de manipulação e de dependência dessas inovações para países subdesenvolvidos e povos mais frágeis economicamente? Nesse sentido, vale pesquisar como empresas desbravadoras deste cenário prestam contas ou recebem suas licenças sociais para operar?

E no quesito ambiental? Quais os impactos, resíduos, descartes, poluição pós-uso e dispêndio de energia para a movimentação de frentes dessa envergadura seriam mapeados, mitigados? Qual o nível de exploração mineral necessário para alimentar circuitos e estruturas de máquinas humanas ou humanos-máquinas? Qual a fonte de energia a ser usada para dar vida aos Cyborgs perfeitos?

ESGT. O futuro já está entre nós - e temos que desatar esses nós

Impacto, impacto, impacto. Como o transumanismo vai impactar os indivíduos? No meu entender, o T da tecnologia deve se inserir definitivamente no conjunto de letras dos princípios ESG. Para além das dimensões sociais, ambientais e de governança, de uma disrupção de envergadura, como a que as empresas exploradoras do transumanismo estão realizando, o T se conecta - e deve ser analisado, entendido e debatido.

A pergunta que fica: para quem vamos delegar as garantias na criação de “um homem melhor”? Cientistas, políticos, juízes, militares, empreendedores privados ou nerds da TI? Afinal, a piada corporativa que muitos já escutaram é que “a tecnologia veio resolver problemas que nós não tínhamos”. Vamos conversar mais sobre isso?

(*) Luiz Antônio Gaulia é Colunista de Plurale. Jornalista. Mestre em Comunicação Social pela PUC Rio. Especialista em Comunicação Corporativa pela University of Syracuse NY. Pós-graduado em Marketing pela Universidade Candido Mendes. Trabalhou em projetos de comunicação para companhias como CSN - Cia. Siderúrgica Nacional, O Boticário, Alunorte - Alumina do Brasil, VALE, Petrobras, Estácio, NORSUL Navegação, NTS - Nova Transportadora do Sudeste, Statkraft Energia, Ajinomoto e DASA Diagnósticos das Américas entre outras. Atuou também em agências e consultorias de branding, sustentabilidade, publicidade, marketing, comunicação e PR.







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2 comentários | Comente

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Luiz |
Uma informação complementar ao artigo. A Partnership on AI for Social Good é uma coalizão de organizações que trabalham para promover o desenvolvimento e o uso responsável da IA. O trabalho da parceria inclui o desenvolvimento de ferramentas e recursos para ajudar os desenvolvedores a criar sistemas de IA responsáveis ??e promover o uso da IA ??para o bem. Visitem e saibam mais: https://partnershiponai.org/

Roberto Lima |
Excelente artigo! Vivemos hoje um revolução tecnológica que vem mudando radicalmente o nosso dia a dia. É uma jornada sem volta e quem não embarcar nessa trem ficará obsoleto. Como em qq processo inovativas,, questões éticas e de governança precisam ser tratadas com muito cuidado e transparência.

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