Por Luiz Antônio Gaulia, Colunista Plurale (*)
Como é a comunicação da sua empresa? Ela facilita, atrapalha, agiliza ou silencia a capacidade das pessoas em aprender, em conhecer e trocar informações? Você pode não ter sequer pensado nisso, mas a educação é uma alavanca para educação. Se tudo comunica, tudo educa. Até mesmo o silêncio. Os exemplos práticos. A coerência entre atos e palavras. Até o uso da linguagem educa!
A fórmula das marcas invencíveis, aquelas que souberam vencer crises ao longo dos anos é a prontidão para as ameaças e riscos capazes de dilapidar seu valor. E uma comunicação permanente, aberta, simples e ágil e que não seja reduzida a canais de informação, mas se revele como um verdadeiro processo de educação de todos, isso mesmo, todos (!) na empresa é uma alavanca de criação de valor compartilhado. Não acredita? Então vejamos...
Todos devem saber como se comportar diante de clientes, como encantar consumidores, como trabalhar com segurança, como interagir com os colegas no ambiente dos escritórios ou fábricas, como agir diante de acionistas ou de stakeholders sedentos de informação em momentos de crise, on-line ou off-line e que se mostram cada vez mais complexas e até ambíguas num mundo com nervos digitais à flor da pele. Como fazer isso acontecer sem comunicação? Não dá, né? Portanto, me parece óbvio ululante – como diria o grande Nelson Rodrigues, que comunicar é educar. Ou, no mínimo, comunicar bem facilita em muito qualquer processo de educação corporativa. Qualquer processo de aprendizado, correto?
A comunicação sempre teve forte viés educacional. Agora, ela ganha importância redobrada no mundo de mídias sociais em expansão. Como se comportar num ambiente nervoso, ambíguo, conflituoso das redes?
Neste sentido, eu percebo o branding, a reputação, a sustentabilidade (com sua nova jornada ESG) e comunicação como dinâmicas e questões irmãs, que se entrelaçam conectadas às redes de múltiplos stakeholders. E isso serve para qualquer organização, qualquer empresa ou segmento de negócio.
Branding, reputação, sustentabilidade (ESG) e comunicação se tornaram inseparáveis. Tendo a comunicação o papel fundamental de servir como vetor da educação corporativa nestes temas e em todos os demais temas necessários e inerentes ao mundo das corporações. E esta visão integrada facilita a decisão de gestores diante de problemas e crises, ou oportunidades – desde que tenham conhecimento e consciência.
O conhecimento e o aprendizado fazem com que tenhamos mais habilidade e competência para lidar com variáveis cada vez mais complexas e que não dependem apenas da decisão de um único líder, mas são afetadas pelas decisões gerais de cada gestor ou até mesmo de um único empregado, terceirizado ou contratado.
E como um pesquisador, trabalhador das palavras, da linguagem e dos diálogos eu só posso entender a educação através da comunicação. Comunicar é educar. Pense nisso.
(*) Luiz Antônio Gaulia é Colunista de Plurale. Jornalista. Mestre em Comunicação Social pela PUC Rio. Especialista em Comunicação Corporativa pela University of Syracuse NY. Pós-graduado em Marketing pela Universidade Candido Mendes. Trabalhou em projetos de comunicação para companhias como CSN - Cia. Siderúrgica Nacional, O Boticário, Alunorte - Alumina do Brasil, VALE, Petrobras, Estácio, NORSUL Navegação, NTS - Nova Transportadora do Sudeste, Statkraft Energia, Ajinomoto e DASA Diagnósticos das Américas entre outras. Atuou também em agências e consultorias de branding, sustentabilidade, publicidade, marketing, comunicação e PR.